Há 11 anos Monique Curi (45) vinha sendo uma “pessoa normal”. Bastou. Aceitou o convite para Salve Jorge e, agora, com bom humor e cheia de certezas, a atriz começa a se despedir da personagem Lena, que marcou sua volta às novelas. “Fiz alguns intervalos na minha carreira e não me arrependo. Na primeira vez, quis voltar a ‘ser alguém comum’. Já a última parada foi motivada pelas minhas razões de viver: meus filhos”, assegura, referindo-se a Victória (10) e Théo (7), do casamento com o empresário do ramo gastronômico Leonardo Mattos (45). A dedicação às crianças foi quase integral e sem arrependimentos. “Adorava a rotina de levar e buscar na escola, acompanhá-los às festinhas, estar presente em cada momento”, assume. Mas os meninos cresceram e a saudade começou a bater forte. Monique, que estreou na TV aos 10 anos, em Os Gigantes, e chegou a ser conhecida como o talismã de Manoel Carlos (79), já que trabalhou em cinco novelas do escritor, sendo a última Laços de Família (2001), percebeu que havia um vazio.“As crianças já estão mais independentes. E, após um trabalho no teatro, lembrei do quanto amo minha profissão. Vi que era hora de voltar”, explica ela, que não pretende mais fazer pausa.“Vim para ficar. Não vou mais ter crise de ‘querer ser normal’. Sou casada com o homem da minha vida, tenho filhos lindos. Fazer a novela das 9 completou o quadro perfeito”, festeja.
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– Sua carreira começou há mais de 30 anos. Quais foram os momentos mais marcantes?
– Acredito que as novelas do Manoel Carlos tenham sido as grandes oportunidades que tive de aprender e ver que gostava de atuar. Felicidade foi importante e em Laços de Família pude celebrar meu retorno após cinco anos, como agora, Salve Jorge, é um marco. Acho que tive discernimento e soube a hora de fazer as pausas. E, quando quis retomar, contei com a confiança de pessoas que gostavam do meu trabalho, como Maneco.
– E ter sido amuleto dele...
– Dei sorte de ter credibilidade com ele. Tenho uma lembrança feliz de Laços de Família, foi na época em que conheci o Leo.
– Como foi esse encontro?
– Foi mágico, coisa de almas gêmeas. Um dia, no Leblon, parei o carro no sinal e um homem pediu que abaixasse a janela. Claro, não fiz isso, e segui para uma confeitaria. Minutos depois, apareceu a mesma pessoa. Foi coincidência, ele não me seguiu, e ficamos conversando até pintar um convite para jantar. Leo me encantou. Enquanto “falo pelos cotovelos”, ele demonstrou ser calmo, além de lindo. No dia seguinte, viemos ao restaurante japonês do Iate Clube e nunca mais nos separamos.
– Você não pensou em conciliar os filhos com a carreira?
– Não. Assim que a Vic nasceu, me tornei ‘mãezona’. Gostava de levar à creche, às festinhas, e isso se acentuou quando veio o Théo. São meus tesouros. Ela tem o jeito do pai e ele puxou a mim. Além de parecido, é levado! (risos).
– Quando sentiu que era momento de voltar ao trabalho?
– As crianças estão mais independentes e há três anos fiz a peça Tudo Que É Teu É Meu. Lembrei do quanto amo a profissão. Desde então, vinha procurando uma oportunidade, até que surgiu o convite da Glória Perez.
– Como foi gravar Salve Jorge?
– No primeiro dia, sofri horrores e chorei. Estava muito insegura. Sentia um misto de medo e emoção. Mas passou e amei gravar.
– Agora, quais são os planos?
– Cuidar da família e trabalhar. Sabe quando dá vontade de chorar de tanta felicidade? É o que sinto.