Um vídeo, que rapidamente repercutiu por toda a internet, tem produzido sons indecifráveis. Também não é para menos. Josh Turnbull, filho do goleiro reserva Ross Turnbull, do time inglês Chelsea, protagonizou momentos de fofura dentro de campo. Enquanto o zagueiro Paulo Ferreira fazia seu discurso de despedida do clube, o pequeno pegou uma bola e partiu para o gol, sendo acompanhado pela arquibancada que o ovacionava.
Por esse exemplo, a prática de exercício físico pode parecer algo normal na vida de uma criança. Mas o sendentarismo é cada vez mais comum e estudos mostram que o sobrepeso e a obesidade infantil estão crescendo. Se os pequenos estão preguiçosos e com quilinhos a mais, não vale deixá-los como únicos culpados. “Não adianta querer que seu filho faça exercícios, se você não faz”, explica a pediatra e médica do esporte Ana Lúcia de Sá Pinto. “As crianças reproduzem as ações dos adultos. Se puder fazer atividades com seus filhos, faça, estimule-os”, aconselha. O exemplo de Josh fortalece o argumento da médica, já que ele resolveu imitar os gestos do esporte do pai.
Documentário mostra os riscos da obesidade infantil
Mas como saber qual exercício seu filho pode fazer? O pediatra e médico do esporte Getúlio Bernardo Morato Filho explica que primeiro é preciso saber diferenciar atividade física de esportes. “A atividade física é qualquer uma que gere gasto de energia e essa deve ser estimulada desde cedo. Esportes são atividades com regras organizadas, envolvendo competição entre os participantes.”
A atividade física ideal é, claro, uma de que a criança goste, mas também existem as mais adequadas para cada faixa etária. “Inicialmente, é ideal que a criança tenha contato com o maior número de modalidades esportivas, para que ela possa escolher uma que ela se sinta à vontade e que tenha algum tipo de vantagem física ou motora”, analisa Morato Filho. A pediatra Ana Lúcia explica que “a partir dos 6 anos, a criança consegue aprender regras esportivas. Porém ainda não é indicado que envolva competição nesta atividade, todos têm que se divertir”. Atividades como boxe ou musculação só são recomendadas a maiores de quinze anos.
Os beneficios físicos são inúmeros. “Em geral, esportes aumentam a força muscular, a coordenação motora e o equilíbrio”, conta Morato Filho. Até a massa óssea pode ter aumento, mas é preciso ter cuidado com a dieta do pequeno esportista. “Se o gasto calórico dele for maior do que a ingestão, isso afetará no desenvolvimento e crescimento. Além disso, o desequilíbrio gera desatenção, aumento de doenças e até menos sono”, explica Ana. Por isso, o excesso de exercício é tão prejudicial quanto o sedentarismo. As práticas esportivas devem ter acompanhamento profissional e visitas ao médico também são recomendadas.
Crianças imitam o comportamento dos pais. Saiba como dar um bom exemplo
Não queira que seu filho seja campeão. Você pode estressá-lo e fazê-lo desistir. Lembre-se que o esporte tem outras conquistas: aumenta o contato com outras crianças, cria noções de respeito e força de vontade.”Ele sabe que para ganhar depende do outro e que muitas vezes ele pode não se tornar um jogador de futebol, mas o esporte lhe abre outras portas”, explica Fabio Sodré, coordenador das Escolinhas Zico10, projeto social do eterno craque do Flamengo.
Veja o vídeo do pequeno Josh Turnbull roubando a cena com suas habilidades futebolísticas.