C omo você sabe, a testosterona é o mais importante hormônio sexual masculino. Grande parte dela é produzida pelos testículos e pequena parte pelas glândulas suprarrenais. No momento em que chega às células,
transforma-se em di-hidrotestosterona, três vezes mais potente que ela.
O hormônio está presente, em pequena quantidade, claro, também na mulher. Participa, com as outras substâncias orgânicas, de todos os processos corporais masculinos. Mas é importante em especial para a formação, maturação e manutenção tanto das características do homem, quanto de seus órgãos e de sua sexualidade. É importante ainda para o equilíbrio do humor e a manutenção da força muscular e da consistência dos ossos, entre outros fatores.
Por volta dos 25 anos, o homem atinge o auge no que se refere à produção e à ação da testosterona. Então, a produção começa a declinar, felizmente de maneira lenta, a ponto de por cerca de duas décadas isso quase não ser sentido. Na quarta década de vida, porém, pequena parte dos homens já sente os efeitos do fenômeno, o que inicialmente ficou conhecido como andropausa e hoje os profissionais de saúde preferem chamar deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM).
Mas a produção da testosterona pode ser parcialmente interrompida pela perda acidental de um testículo; por sua retirada para o tratamento de um câncer ou devido à quimiotarapia e/ou à radioterapia; por câncer na glândula hipófise, que controla a produção de testosterona pelos testículos; por infecções como a epididimite, inflamação do epidídimo, ducto onde ocorre a maturação e o armazenamento dos espermatozoides; e até em consequência da obesidade e do diabetes, que interferem no funcionamento da hipófise. Pode ser interrompida totalmente, por outro lado, quando há perda da função dos dois testículos.
Os sintomas da queda hormonal, de intensidade variável, naturalmente, de acordo com a gravidade do caso, são: cansaço, desânimo, melancolia, tristeza, diminuição da concentração no trabalho, déficit de memória, aumento da gordura corporal, perda de massa muscular, crescimento mais lento da barba e dos outros pelos, diminuição da libido e das ereções matinais espontâneas e dificuldade para ter e/ou manter a ereção.
Para aqueles que apresentam tais sintomas, a única alternativa é a reposição da testosterona. Para isso, contudo, precisam consultar um médico urologista ou endocrinologista. O diagnóstico inicial é clínico, ou seja, o médico conversa com o paciente com o objetivo de traçar um histórico de seu caso e também descartar doenças que dão sintomas parecidos, como depressão e hipotireoidismo. Descartadas essas doenças, ele confirma a queda hormonal por meio de exame de sangue.
A testosterona pode ser reposta tanto na forma de injeções, quanto de adesivos dérmicos e gel. Na dose certa, melhora a qualidade de vida dos pacientes. Não causa câncer, mas pode acelerar o crescimento de tumores de próstata preexistentes. Também pode levar a doenças cardíacas e ao crescimento benigno da próstata. Por isso mesmo, portadores dessas doenças não devem fazer reposição. Indivíduos que repõem o hormônio, finalmente, devem fazer acompanhamento médico e realizar obrigatoriamente os exames na periodicidade que ele indicar.