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'Eu sei que não sou um péssimo ator', diz Igor Rickli, o Alberto de 'Flor do Caribe'

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Igor Rickli, o vilão Alberto de Flor do Caribe, estreou na TV no folhetime escrito por Walther Negrão. Passado o frio na barriga, ele faz um balanço final de sua atuação e conta como lidou com as críticas, além de falar sobre seu relacionamento com a cantora e atriz Aline Wirley (ex-Rouge), que negou ser de fachada.

Como o atormentado Alberto, que fez de tudo para destruir a relação de Ester (Grazi Massafera) e Cassiano (Henri Castelli) em Flor do Caribe, Rickli experimentou o doce e o amargo de uma exposição pública que só a televisão é capaz de promover. “Nesta profissão se está sujeito a pedradas e a flores. E eu já estava esperando estas pedradas”, conta ele, com a serenidade de quem deu a cara a tapa e aprendeu com os tabefes que levou.

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No início da trama, ele viu anos de trabalho e dedicação serem colocados à prova e até mesmo questionados. O ator recebeu duras críticas sobre sua atuação e admite que ficou desnorteado na época. “Colocaram como se eu fosse um péssimo ator, e isso me chateou. Eu sei que não sou um péssimo ator. Eu faço o que faço porque amo e procuro sempre fazer o melhor possível”.

A vida pessoal também foi alvo de fofocas. Casado há três anos com a cantora e atriz Aline Wirley, ele precisou lidar com boatos de que a sua relação era de fachada. “Dei muito risada. O que eu vou falar para a pessoa que me perguntou isso? Mas também me incomodou um pouco ver até onde vai a maldade das pessoas”.

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Passados estes contratempos e já mais à vontade com o universo da televisão, Rickli avalia de maneira positiva sua primeira experiência em teledramaturgia e comemora o reconhecimento. Em uma entrevista para o site da novela, ele fez uma análise sincera de seu trabalho na trama de Walther Negrão, fala sobre a sua intimidade e garante ter adquirido a leveza necessária para executar bem seu trabalho. “Já não tenho mais necessidade de ver uma crítica positiva. A minha resposta é a do público. E o público, desde o começo, sempre gostou e me recebeu de braços abertos“.

Ele encerra Flor do Caribe satisfeito com sua atuação e está cheio de planos para 2014 – entre eles o de ser pai de “um pretinho de olhos azuis”, como o próprio ator diz. “Já tem até nome, será Antonio”.

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Você já tinha uma carreira consolidada no teatro, e Flor do Caribe marcou sua estreia na TV. Como foi estrear encarando um vilão como Alberto?

Foi muito legal. Eu sempre quis fazer um vilão dissimulado como o Alberto. Pedi tanto para o universo que veio de presente. No início não foi fácil porque tive que me adaptar a toda uma linguagem diferente da do teatro e era uma linguagem muito contida. Com o tempo, a gente vai pegando confiança, começa a brincar e aprende. Agora, que está chegando ao final, já me sinto mais à vontade. Infelizmente, vai acabar. Foi uma surpresa muito alegre, mudou a minha vida. Este personagem me aumentou como ser humano. Sou outra pessoa depois de receber e ser canal para o Alberto. Ele me ensinou muita coisa, vivi muito as sensações dele, senti na pele o que era a loucura deste cara. Foi uma experiência fantástica e não poderia ter sido melhor para eu começar. Agradeço todo o dia por esta oportunidade.

Quais os desafios de migrar do teatro para a TV?

A televisão é muito minimalista e pega os pequenos detalhes. Quem é do teatro está acostumado a falar para uma galera de duas mil pessoas e tem aquela coisa de projetar para a última fileira escutar você. Para a TV, tem que ser tudo pequeno. Esta transição foi delicada. Fazer televisão é muito mais difícil do que qualquer outra coisa. Mas é um desafio para o ator, para você trabalhar com estas nuances. Não tem como você fingir uma verdade na TV. Se você não acredita naquilo, o telespectador não vai acreditar.

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Tem algum aspecto seu que mudou após esta experiência em novela?

Eu era muito nervoso. Uns três dias antes de gravar, por exemplo, achava que já tinha que ter todas as falas decoradas, de trás para frente. Era algo que me deixava tenso, queria fazer direito e bem feito e só pensava nisso. A partir do momento que pensei ‘vou relaxar e fazer com o amor o que eu gosto de fazer’, aí a coisa tomou outro rumo.  A leveza foi um ponto que adquiri e que virou uma chave. É um ofício, não é para ser uma tortura. Quando isso parou de ser uma tortura, virou prazeroso.

Como Alberto, você enfrenta muitas cenas intensas, em que ele mostra ser uma pessoa muito atormentada. Como é a sua preparação para estes momentos do personagem?

A minha preparação é em cima de um pensamento que eu já tinha, mas só com o Alberto entendi bem.  É você colocar o seu lado ator de lado e entender que é um canal. O ator é isso, é um canal para passar uma sensação. Tenho que tirar a minha vaidade, o meu ego, o meu medo e a minha insegurança e tenho que estar em um estado de plenitude para receber a sensação de um personagem. E a sensação do Alberto é muito enlouquecedora. Para entrar nisso, costumo colocar as músicas dele, porque elas me remetem às dores dele. Já criei isso na minha cabeça e, com as músicas, viro a chave e tudo isso vem. Quando você tira a vaidade, as coisas simplesmente acontecem. E tem rolado cenas muito legais assim, quando não penso em muita coisa e só acredito no Alberto e o coloco em cena. O exercício é limpar a mente e deixar fluir.

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Qual cena mais te marcou?

Tiveram algumas. Teve uma recente com a Guiomar (Cláudia Netto), depois que o Alberto tenta explodir a mina do Cassiano. Eles conversam e ele pede o pai de volta. Acho que a falta do pai é o buraco dele. Depois, ele senta no piano de uma maneira tão sofrida. Ali eu entendi tanta coisa do Alberto. E aquela cena aconteceu sem programar muito. Foi uma cena em que eu me surpreendi com o personagem. O Alberto me contou coisas e me mostrou caminhos. Foi algo muito real e mágico.

Você tem algum palpite para o desfecho do Alberto? Qual final você gostaria que ele tivesse? Acha que existe uma chance de redenção?

Acho que tudo está se encaminhando para ele ficar louco e se tratar. Eticamente falando, ele precisa pagar pelas maldades que cometeu, senão é uma impunidade. Como ator, gostaria que ele desse mais uma pirada, tipo prender a Ester em algum lugar e todo mundo ficar procurando. Acho que a morte também seria uma forma dramática interessante. Na verdade, ando bem em cima do muro. A redenção dele também é possível.

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Como você avalia o seu desempenho neste primeiro trabalho em TV?

Em qualquer início é impossível você começar dando 100%. A não ser que você seja um gênio, coisa que a gente não vê muito. Comecei com limitações, sim. Mas, como tudo na vida, se você presta atenção e se dedica, você passa estas limitações. E consegui entender onde estavam as minhas limitações e transpor isso. Vejo esta minha passagem por este personagem como algo muito positivo, de aprendizado. Acho também que as pessoas me viram aprendendo e crescendo. Tenho escutado isso. Avalio de uma forma muito positiva e enriquecedora para mim.

Você comentou que já sofreu preconceito pela beleza.  Ainda percebe este tipo de preconceito?

Acho que você percebe isso, quando você se vê assim. Não me vejo como um cara bonito, não chego a um lugar me achando o cara bonito. Não sou assim. Sou tranquilo, ando de chinelo, sou descabelado. Se as pessoas estão me achando bonito, ou pensando que eu me acho bonito, paciência. Este olhar já não me pertence mais.  Já não me atenho mais a críticas, picuinhas e julgamentos.

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Depois do Alberto, o assédio aumentou? Já passou por alguma situação inusitada?

Aumentou bastante, foi uma loucura. Não me via com esta imagem de galã, de ser desejado pelas mulheres. Tudo isso foi muito interessante de se observar. É incrível como estas coisas mexem com a cabeça das pessoas. Nunca presenciei nada inusitado, mas já recebi algumas cantadas. Minha esposa adora, acha engraçadíssimo e se diverte junto comigo. E é como deve ser, né? A gente só não pode acreditar nestas coisas, não pode se achar melhor ou especial. O exercício é dominar o ego e não cair na besteira de achar que se é melhor.

Com o final de Flor do Caribe, quais os seus projetos profissionais?

Em janeiro vai ao ar a minissérie O Tempo e O Vento, que já gravamos. Estou me preparando para fazer um musical também. Não é nada certo ainda, mas é uma coisa que amo de paixão e quero muito fazer. Já estou estudando e me preparando. E, graças a Deus, já tenho uma proposta para uma próxima novela, no final de 2014. Tudo acontecendo como tem que ser.

Em entrevistas você se disse magoado com  críticas que recebeu no início da novela. Como você lidou com isso na época? E atualmente como as críticas interferem em seu trabalho?

Sou muito 'sentimentalóide'. Tenho uma carreira de estudos, venho com uma bagagem de teatro e estava oferecendo o que me pediam. Mas para algumas pessoas e para a crítica, parecia pouco. Me analisaram de uma maneira muito fria e muito dura. Isso me chateou. Eu sei que não sou um péssimo ator. Eu faço o que faço porque amo e procuro fazer o melhor possível. O meu lado 'egóico', a princípio, ficou ressentido com estas críticas. Então comecei a abstrair e não prestar mais atenção nem nas críticas positivas nem nas negativas. Tinha críticas para tudo, mas o que mais se fala é das negativas. Isso me deu uma leve chateada, mas foram dois dias no máximo. No segundo dia,  já estava assim: 'Obrigado. Agradeço. Estou aprendendo com isso e bola para frente'. Agora estou em paz, independente do que a crítica tem a dizer. A minha resposta é a do público. E o público, desde o começo, sempre gostou e me recebeu de braços de abertos.  Eu sou uma pessoa nova na casa deles, e eles poderiam não me querer lá, mas o que senti foi completamente ao contrário. Estou recebendo muito carinho e é muito gostoso isso.

Você é casado com a atriz e cantora Aline Wirley. Como vocês lidam com assédio?

A gente está lidando com isso com calma e sem vaidade. Estamos ainda entendendo o que está acontecendo. Antes, íamos a um restaurante e não havia fotógrafos ou pessoas nos abordando. Não é nada invasivo, nada que nos prejudique. A gente está achando tudo interessante, e as pessoas são muito educadas. Nunca passamos por nenhuma situação desagradável, até porque a gente se coloca numa posição educada e tranquila, entendendo que isso é parte do ofício também. Se você não quer ser reconhecido, tem que escolher outra profissão que não seja se mostrar para o público. É entender e levar com tranquilidade e retribuir carinho com carinho.

O fato dos dois serem do meio artístico facilita a relação e a parceira de vocês?

Sim, com certeza. Primeiro, porque a minha relação com ela é toda em cima da verdade. A gente não mente um para o outro. Sempre foi em cima da verdade. E aí fica uma relação leve. A gente já tem este entrosamento. Facilita, por ela ser do mesmo ramo. Por que é difícil às vezes quando se é de outro ramo, as pessoas acabam não entendendo. Mas para nós está sendo muito tranquilo.

Estar sob os holofotes gerou inclusive boatos sobre o seu casamento e questionamentos se a relação era pra valer. Como vocês lidaram com esta invasão? Você já tinha passado por este tipo de invasão?

Eu dei risada. O que eu vou falar para a pessoa que me perguntou isso? Aliás, não preciso fazer ninguém acreditar em nada. Tenho é que viver a minha vida. Me incomodou ver até onde vai a maldade das pessoas. Mas de verdade, não peguei isso para mim. Só fiquei um pouco sentido por falarem que a minha relação era de mentira. Se tem algo que tenho de verdade, é o meu amor pela minha esposa. Ninguém pode falar que isso é mentira, porque não me conhece e não sabe o quanto ela é importante para mim. Não tinha passado por isso antes, mas é normal. Você dá a cara a tapa, você está na vitrine, você está sujeito a pedradas e a flores. E já estava esperando estas pedradas, por isso não me exaltei. Só fiquei no meu lugar atento e observando. E procuro não fazer igual com as outras pessoas. É muito ruim você ser injustamente julgado e eu não quero julgar.

Vocês estão casados há três anos. Têm planos para aumentar a família?

Sim. A gente só não aumentou ainda porque ela vai viajar em turnê. Vamos ver se ano que vem. Já temos um quartinho, já estou me preparando. Que venha um menino, por favor. Já tem até nome, será Antônio. Se vier menina, ainda estamos negociando entre Vitória ou Luiza. Mas eu acredito que será o Antoninho. Será um pretinho de olho azul. Estou louco para ter filho. É uma coisa está bem acesa em mim.

Vocês têm algum projeto profissional juntos em vista?

A gente quer muito fazer, no futuro, alguma coisa relacionada à música. De repente fazer um clipe, eu tocando piano e ela cantando. É uma coisa que a gente quer fazer. É uma brincadeira para nós dois. Estamos pensando nisso.


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