“Você ameaça meu filho, você me ameaça”, diz Leigh Anne Tuohy, vivida por Sandra Bullockem Um Sonho Possível (2009), ao defender sua cria. O instinto materno da personagem foi um dos fatores que contribuiu para que a atriz conquistasse o público e levasse o Oscar de Melhor Atriz para a casa.
Assim como Leight, outras mães emocionaram nas telonas ao demonstrarem seu amor incondicional pelos filhos. À convite da CARAS Online, o crítico de cinemaRubens Ewald Filho fez uma lista especial (abaixo) com as 20 mães mais amadas da história dos filmes – Leigh Anne Tuhoy ficou em décimo no ranking, mas outras mães foram lembradas, como Stella Dallas, vivida por Barbara Stanwyck no filme homônimo, que ficou em primeiro lugar.
Outros destaque da lista são Meryl Streep em Mamma Mia!, Anne Hathaway em Os Miseráveis e Lana Turner (1921 - 1995), que aparece com três mães diferentes interpretadas por ela em A Caldeira do Diabo, Madame X e Imitação da Vida.
Veja a lista especial com as 20 mães mais amadas do cinema com comentários de Rubens Ewald Filho:
20- Mother – a Busca pela Verdade (Madeo, 2009)
A historia de uma mãe sul-coreana que vive tranquilamente ao lado do filho de 28 anos, ensinando a usar ervas e terapia de acupuntura aos vizinhos. Quando uma jovem é brutalmente assassinada, seu filho é injustamente condenado pelo crime. É quando começa a jornada desta mãe a fim de provar a inocência do filho e tirá-lo da prisão. Parece que a atriz embora desconhecida no exterior é muito famosa por seus papeis de mãe e ela realmente segura o filme que tenta revelar o lado dark de uma comunidade rural, muito ajudado por uma trilha portentosa (alguns não irão gostar dela). Barra pesada. Mas dentro do que se propõe, tem grande impacto.
19- Orações para Bobby (Prayers for Bobby, 2009)
Comovente telefilme baseado em fato real! Sigourney Weaver brilha como a mãe de família que embora muito religiosa não se conforma quando o filho gay e adolescente é morto, se tornando militante.
18- Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi Madre, 1999)
Obra prima de Pedro Almodóvar. Uma enfermeira perde seu filho adolescente num acidente de automóvel. Abalada, vai procurar o pai, que agora é um travesti aidético que engravidou também uma jovem freira. Também fica amiga e assistentede uma atriz lésbica que interpreta Um Bonde chamado Desejo e atrás de quem o filho correu em busca de um autógrafo. Vencedor do prêmio de Direção no Festival de Cannes, depois acabou sendo o filme mais premiado do ano, inclusive com o Oscar de Filme em Língua Estrangeira, consagrando Almodóvar como o maior cineasta da Espanha e também ajudando Penélope Cruz a deslanchar numa carreira internacional. O filme conclui com uma dedicatória que vem antes dos letreiros e créditos, dizendo “Para Bette Davis, Gena Rowlands, Romy Schneider... a todas as atrizes que interpretaram atrizes, a todas as mulheres que atuam, aos homens que atuam e se convertem em mulheres, e a todas as pessoas que querem ser mães. À Minha mãe.”
17- A família do Gênio (Belles on their Toes, 1952)
Fez muito sucesso a comédia A Familia do Gênio (Cheaper by the Dozen), em 1951, com Clifton Webb como o chefe de uma família de 12 filhos. Mas como ele morreu no final daquela fita agora se conta a luta da viúva em segurar a família e sustentar todo mundo. Isso na virada do século XIX! Myrna Loy estrela como essa super mulher exemplar.
16- Os Esquecidos (The Forgotten, 2004)
Pouca gente se lembra deste terror meio ficção cientifica, mas que é antes de tudo uma prova do amor de mãe. Julianne Moore não acredita quando dizem que sua filha nunca existiu. Tem certeza que ela desapareceu de alguma forma misteriosa e absurda.
15- Juno (Idem, 2007)
Uma comédia independente de adolescentes que custou apenas seis milhões e meio de dólares, mas rendeu mais de cem milhões. Virou mania americana: a trilha musical estourou, os jovens adotaram as gírias e consagraram a menina que faz o papel principal: Ellen Page. É raro ter um personagem feminino tão humano, tão revolucionário pelo simples fato de estar grávida não de um namorado mas de seu melhor amigo. Mas mesmo assim quer cuidar do seu destino, pensa em dar o filho para adoção, é dona de seu nariz.
14- Alma em Suplício (Mildred Pierce, 1945)
Não a refilmagem feita para a televisão, mas seu original muito mais fiel ao livro original de James M.Cain e que aqui foi transformado em um policial/suspense com jeito e fotografia de “film noir”. A solução que eles encontraram foi criar um assassinato e fazer tudo girar em torno dele, quando Mildred é presa e relata sua historia de vida para a policia A direção de Michael Curtiz é muito eficiente. Curtiz usa com eficiência a luz expressionista o que torna o filme muito interessante além do prometido veiculo para a estrela Joan Crawford (1905-77), que por ele ganhou seu único Oscar. Tem um frase famosa: "Estão certos os crocodilos que comem suas crias!".
13- Mãe é Mãe (Mother, 1997)
Debbie Reynolds, num papel central, depois de uma ausência de quase trinta anos e que ela faz com incrível sutileza, charme e encanto. Quem tem mãe vai se identificar com os personagens e gostar de Debbie. O único problema é o autor-ator D. Albert Brooks, um sub Woody Allen. Faz homem já maduro que depois do divórcio resolve passar uns tempos morando com a mãe na casa onde cresceu, para entender melhor as raízes de seus problemas. Ela é uma mulher absorvente, que nitidamente prefere o outro filho mais rico e mais bem-sucedido. Repleto de detalhes saborosos, sem nunca ser contra as mães, o filme é uma comédia muito simpática.
12- Laços de Ternura (Terms of Endearment, 1983)
Aurora (Shirley MacLaine) é uma mulher difícil e mal ajustada, sempre em conflito com sua filha Emma (Debra Winger). Mas tudo muda quando esta fica doente de câncer. Premiado como atriz (Shirley) e filme.
11- A Troca (Changeling, 2008)
Angelina Jolie foi indicada ao Oscar como uma mãe que não se conforma quando a policial lhe entrega um desconhecido como se fosse seu filho verdadeiro. Uma situação que luta para corrigir e desvendar a verdade. Direção de Clint Eastwood.
10- Sonho Possível (The Blind Side, 2009)
Sandra Bullock chegou a ganhar o Oscar de atriz como esta mãe rica que adota um garoto negro que promete ser futuro campeão esportivo.
9- Mamma Roma (Idem, de Pasolini, 1962)
A maior diva do neo realismo italiano Anna Magnani ficou famosa fazendo uma mãe morta pela Gestapo em Roma, no filme Cidade Aberta (1945). Aqui ela é uma prostituta já madura que tenta ajudar o filho malandro e adolescente.
8- Rocco e seus Irmãos (Rocco i suo Fratelli, 1960)
Obra prima do diretor Luchino Visconti. Família de emigrantes se muda para Milão em busca de trabalho. E são devorados pela cidade grande!!! A grande figura é a mãe Rosaria Parondi (vivida pela grande grega Katina Paxinou) que tenta unir todos eles! Muita gritaria e choro.
7- A Caldeira do Diabo (Peyton Place, 1957)
Lana Turner, desta vez até indicada ao Oscar, como a mãe solteira e moralista que tenta criar a filha rebelde. Mas entra em crise quando descobre que a filha de sua empregada está sendo abusada pelo próprio padrasto. O primeiro dos filmes que denunciavam escândalos e pecados numa cidadezinha pequena!
6- Madame X – a Ré Misteriosa (Madame X, 1966)
Uma mulher acusada de crime (Lana Turner, novamente) é chantageada pela própria sogra rica que a obriga a fugir e mudar de nome. Anos depois é o próprio filho, jovem advogado (Keir Dullea) que a defende no tribunal de outro crime! Mas não sabe que é sua mãe! Baseada em famosa historia que foi telenovela e até dramalhão de circo!
5- Minhas Mães e meu Pai (The Kids are All Right, 2010)
Casal de filhos de um casal lésbico procura conhecer seu pai biológico, doador de esperma. O mais badalado representante do cinema independente no Oscar 2011, onde conseguiu quatro indicações (filme, ator coadjuvante para Mark Ruffalo, atriz para Annette Bening e roteiro). Com bons atores, uma situação básica atual e inusitada, um roteiro sólido e uma mensagem positiva.
4- Os Miseráveis (Les Miserables, 2012)
Versão musical do celebre livro de Victor Hugo sobre Jean Valjean, o homem que vai para a cadeia por roubar um pão, e o inspertor Javert, que o persegue de todas as formas. O amor maternal está na figura de Santine, que se prostitui para dar de comer a criança, papel que deu o Oscar paraAnne Hathaway.
3- Imitação da Vida (Imitation of Life, 1959)
Clássico melodrama em que uma mãe atriz (Lana Turner, mais uma vez) tem problemas com a filha que também gosta de seu namorado e, ainda pior, com a filha da empregada que está tentando passar por branca (é apenas mulata). Tragédia e lágrimas à vista. Lembra muito a vida da própria Lana, em que a própria filha matou o amante da mãe a facadas! Isso pouco tempo antes do filme!
2- Mamma Mia! (Idem, 2008)
O mundo mudou e as mães também. Agora Meryl Streep (com quase 60 anos e em plena forma) mora numa ilha grega e faz o casamento da filha que comete a temeridade de chamar os três namorados da mãe para a cerimônia. Um deles deve ser o pai da moça! Tudo em tom de musical da Broadway e imenso êxito comercial, graças às músicas do ABBA.
1-Stella Dallas- A Mãe Redentora (Stella Dallas, 1937)
Com Barbara Stanwyck na versão original e refilmagem com Bette Midler,em 1990. A historia da mãe que tudo sacrifica por amor à filha. Deixa o marido rico criar a menina, que se torna toda grã fina e não dá bola para ela nem quando se casa (com rico, claro). A mãe olha de fora da janela e chora! O maior exemplo do sacrifício de mãe.